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22 novembro, 2010

O Artista Baiano e Sua Indigência Cultural



Produzir arte para mim implica em revertir-se, contaminar-se de reflexões que busquem responder através  das diversas categorias de conhecimento. Com o mundo globalizado, as noções de cultura engendram outro tipo de relação pautada na complexidade que o mundo nos emite na forma de seus trânsitos multiculturais, na diversidade dos muitos fluxos relacionais a que estamos submetidos. Há no mínimo uma confrontação de significados que paira no ar mesmo se falamos de coordenadas bem específicas como as da Bahia.
Ocorre que a grande e estarrecedora maioria dos artistas estão preocupados com politícas culturais, gestões administrativas, partidarismos aclamados e criticados com base numa forma de pensamento e discursos anacrônicos e construídos sob a égide de um primarismo que chega a me exasperar. A única coisa tangível que se enxerga é uma paixão modelada por uma ignorância que começa no assassinato contínuo da língua, e emissões de um pensamento de tal primarismo que sinto vergonha do que tenho lido. Os artistas baianos estão nus, e são solitários precisamente pela nudez que implica o nível de seus conhecimentos, a forma como tratam cultura e se arvoram a querer mudá-la sem antes fazer um exame lúcido de suas limitações. Ficam pendurados e dependentes  no opium do FACEBOOK por suas carências de representatividade, e só conseguem encontrar culpas e imperfeições no outro, ou outros. Há um mundo a ser explorado, uma árdua e dífícil tarefa que passa pelo indispensável exercício de aquisições de saber. Quixotes movidos a intuições perdidas no tempo e nos espaços de sua doentia ignorância eivada pela vaidade insistente que ser artista é apenas produzir imagens inócuas baseadas em seus desejos básicos de existir. A disseminação da idéia de que há culpas em todos os lugares, mas nenhum movimento que caracterize um exame de consciência de como cada um tem operado:  a pergunta diante do espelho, que merda sou eu, que merda tenho feito? Que pertinência meus choros e quixumes pode representar como contributo para aquilo que desejo? Nennhum, nenhuma. O artista baiano é uma piada de mau gosto, e aqueles que se elevam acima das generalidades foscas, são acusados de apaniguados, ou mafiosos. Puta que o pariu, vão estudar cambada de ociosos mentais, depois venham fazer política,  reinvindicar algo que seja preciso, voces não consomem um parágrafo de história da arte por semana e querem fazer história, jamais farão desta formaa, serão esquecidos ao apagar de cada sessão no Facebook.