Páginas

06 janeiro, 2011

Triptico Acrilica s/tela 0.70X2.10 2008

A crítica é um conjunto de parâmetros interdisciplinares que busca noções para um sentido e uma razão de lugar definidor das ações produtivas. Ela tem uma função reflexiva que passa por muitos eixos variáveis que norteiam suas dinâmicas diretivas.

A crítica por origem e definição é uma ramificação do pensamento filosófico. Seus modos de operar atendem à dinâmica de um humanismo centrado no século dezenove. No modernismo ela atende sob uma crise anunciada, ainda assim se faz pertinente por se tratar de uma época que celebrava a liberdade produtiva da arte circunscrita a sensos ideológicos. Os ismos de toda a modernidade são geografias reconhecíveis a preceitos de ideários que em certa medida são imanências subjacentes aos recortes de pensamentos ligados a gestões filosóficas ou ideológicas.
Nestes últimos vinte anos percebemos a pulverização das ideologias. Desde os anos sessenta se decreta a morte do humanismo. As técnicas de reprodução, a democratização das viagens, o dramático fluxo da evolução das comunicações são frutos da ciência e tecnologia. Estes aspectos produziram um ruidoso deslocamento nas funções da arte. Os trânsitos de idéias e modos de operar não obedecem a nenhum centro gravitacional. A falência das ideologias coloca o artista como centro dele próprio o que o torna impermeável às noções de critica a qual estávamos habituados. Neste sentido, a presença do curador responde a uma nova noção administrativa: a espetacularidade é a única forma oferecer um sentido à arte que se expandiu em significados particularizados.
A crítica perdeu seu tradicional corporativismo. O que ela precisa é readquirir seu amor próprio e se adaptar à sua nova condição de coadjuvância. O mundo mudou e não foi a arte nem a critica que promoveu tais mudanças. Há aqui uma inevitabilidade do fluxo contemporâneo. Nas sociedades capitalistas em que os padrões de consumo instam a existência das pessoas, a arte também está subordinada às super- estruturas que movem este mundo em que a espetacularidade é uma condição para alguns indesejável, mas a presença da critica pode dar a distinção de verdades menos enganosas. VB.2010